Parem de diagnosticar tudo!

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É verdade que existe uma diferença gritante em educação e saúde no Brasil e no Canadá, mas uma coisa que me deixa bem intrigada aqui são o quanto as crianças são diagnosticadas rapidamente e o quanto tudo é tão rotulado. Esse é autista, aquele tem dificuldade nos processos sensoriais, o outro ainda não fala com 3 anos… Gente, o que é isso? Vamos deixar cada um no seu tempo. Sou completamente contra diagnósticos fechados e precoces, acredito que o ambiente influencia COMPLETAMENTE no desenvolvimento da criança, e muitas vezes alguns atrasos só estão relacionados a isso.

Óbvio que existem crianças que precisam ser diagnosticadas bem cedo e que o quanto antes o acompanhamento terapêutico melhor, mas não é disso que eu estou falando. Sabe quando você leva seu filho no dentista e a doutora fala: “Olha, acho que seu filho tem DDA, nunca vi uma criança tão sem foco” ou então (essa é a minha favorita): “Hmm, tem alguma coisa estranha com essa criança, to achando que é autista”. Gente, PAREM!!!! Faço aqui o meu apelo, só parem pelo amor de Deus!!!

Hoje em dia as estatísticas de crianças diagnosticadas com doenças crescem numa proporção estratosférica. E sabe como isso ajuda? Não ajuda! Viemos pra esse mundo para evoluir, meu povo, não pra regredir. As crianças tem centenas de motivos para se desenvolverem antes ou depois que outras, e não é necessariamente motivo para ser colocada em um potinho: “lerda”. Falta de interação com crianças da mesma idade, pouco estímulo, qualquer tipo de separações ou mudanças, tudo isso pode acarretar em falsos diagnósticos. Tá vendo? Coisas que podem acontecer com todo mundo, não é mesmo? Ou vai me dizer que quando você tá com um problemão em casa o seu rendimento no trabalho é o mesmo? Imagina para uma criança.

O pedido é esse. Vamos refletir no quanto estamos esperando das nossas crianças e, melhor ainda, vamos mudar a perspectiva. Que tal pensar no quanto elas já podem oferecer? Ao invés de olhar para um menino de 3 anos e apontar que ele ainda não verbaliza, que tal pensar em qual a forma dele de se comunicar? O jeito de ver o mundo é nosso, vamos enxergar direitinho.

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